19 maio, 2014

A sorte conspira contra o Brasil às vésperas da Copa do Mundo

EM CHAMAS: Capa da Spiegel da semana passada fala sobre 'Morte e Jogos' no Brasil.

Brasil vive a pior 'crise de imagem' às vésperas da Copa. Isso é fato. Só não enxerga isso quem não quer!

Para quem tem o habito de acompanhar o que acontece no Brasil pela imprensa internacional, a sensação dos últimos meses é a de que a sorte conspira contra o país às vésperas da Copa do Mundo…

Fuleco, o mascote da Copa, também foi alvo da imprensa estrangeira
A revista semanal alemã “Der Spiegel” trouxe reportagem de capa neste domingo, 11, sobre os riscos da Copa 2014 no Brasil. A imagem da capa é uma bola oficial ‘Brazuca’ pegando fogo como um meteoro enquanto despenca sobre o Rio de Janeiro.

O gasto de R$ 10 bilhões com 12 novos estádios também é citado na revista, que citava a previsão de lucro de R$ 10 bilhões da Fifa, sendo R$ 6,5 bilhões com direitos de transmissão e R$ 3,5 bilhões venda de direitos de imagem.

O escritor mineiro Luiz Ruffato, entrevistado pela Der Spiegel, fala sobre o uso político da Copa em ano de eleição.“Assim como na ditadura em 1970, assim é agora. No começo se dizia que a Copa do Mundo da FIFA traria muitos benefícios para o povo e para as cidades-sede porque haveria grandes investimentos na infraestrutura. Agora vemos que praticamente não houve investimentos em infraestrutura, mas em compensação foram construídos estádios que ninguém precisa, que o dinheiro público foi desperdiçado e que houve oportunidade para mais corrupção.”

Todo brasileiro lúcido já esperava que as notícias sobre a zuera e os atrasos nas obras do Mundial e também os protestos anti-Copa fossem rodar o globo, mas recentemente tornou-se comum ler nos jornais de Londres, Madri ou Nova York sobre desgraças brasileiras que antes passariam desapercebidas aos olhos estrangeiros – conflitos nas favelas do Rio, surto de dengue no Nordeste, saques nas lojas baianas na greve da PM, denúncias de obras superfaturadas nos rincões do país, a falta d'água em São Paulo, e etc e tal…

"Agora quase todos os dias tem matéria sobre o Brasil nos jornais daqui – e realmente chama a atenção o fato de a grande maioria delas ser negativa", diz Daniel Buarque, jornalista e autor do livro Brazil, um país do presente: A imagem internacional do "país do futuro" (Ed. Alameda), que está na Grã-Bretanha pesquisando sobre a cobertura internacional da Copa.

Recentemente, o Financial Times comparou a presidente Dilma Rousseff ao grupo de comediantes irmãos Marx; a revista Economist sugeriu que o problema da falta de crescimento da produtividade no Brasil teria causas culturais e o New York Times (NYT) destacou a grande quantidade de obras abandonadas e superfaturadas no país.

Fora do campo econômico, o espanhol El País anunciou que o Brasil estaria vivendo uma "crise de segurança" e o tabloide britânico Daily Mirror definiu Manaus como "um buraco dos infernos tomado pelo crime".

Para Simon Anholt, especialista em imagem-país que faz um ranking das nações mais populares do mundo, o Brasil perdeu a chance de aproveitar os holofotes da Copa para projetar seriedade e competência, fortalecendo sua reputação na área econômica.

"Ao que tudo indica, o país não conseguiu agarrar essa oportunidade e deve continuar a ser o país da festa, carnaval e futebol. Um país que as pessoas veem com simpatia, mas que ninguém leva muito a sério", diz Anholt, informando que a pontuação do Brasil em sua pesquisa caiu em 2013 pelo segundo ano consecutivo, de 57,86, para 57,67 (de um total de 70 pontos).

PROJETOS FRUSTRADOS:

Para Richard Lapper, essa apreensão com os atrasos nas obras da Copa soma-se ao desapontamento gerado pelas promessas não cumpridas do governo brasileiro de fazer o país dar um salto de desenvolvimento de infraestrutura.

"Autoridades brasileiras fizeram uma série de roadshows pelo globo prometendo deslanchar projetos grandiosos, como uma rede de ferrovias e o trem bala", lembra.

"A Copa seria apenas uma das vitrines desse salto de infraestrutura, mas boa parte desses projetos ficou só no papel. Imagine se, depois de tantas promessas, ainda por cima os jornalistas e torcedores estrangeiros forem recebidos para o Mundial em grandes tendas porque nem os aeroportos estão prontos" questiona Lapper.

"Não dá para culpar a imprensa pelas notícias ruins."

AGORA UMA PIADA:

O governo tem defendido que todo esse clima negativo se reverterá quando os jogos começarem e o Brasil finalmente explodir em uma grande festa.

Também diz que o torneio ajudará a promover o país no exterior, contribuindo para atrair turistas e investidores no longo prazo.

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO:

Entre os altos e baixos da cobertura, acho que ao menos podemos dizer que em função dessa exposição as pessoas no exterior tendem a estar um pouco mais informadas sobre a desgraça que é viver no Brasil.

Com algumas informações de: bbc.co.uk e blogs.estadao.com.br

Olá Sobre Jeferson Silva:
Oi! Eu sou o autor desta beleza. Atualmente moro em Salvador e fico grande parte do meu tempo na internet atualizando o blog, conversando nas redes sociais ou batendo papo com qualquer louco que me dê atenção. Você gostou deste post? Venha me dizer um alô, dê um feedback!
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